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Seca histórica afetou, pela segunda vez consecutiva, a Bacia do Tapajós; campanha destaca impactos profundos nos territórios

Com o objetivo de informar e conscientizar a população local sobre os impactos da seca extrema, a campanha “Seca na Bacia do Tapajós Não é Tão Natural Assim” foi lançada.


A Bacia do Tapajós, que abrange áreas do Mato Grosso e Pará, enfrenta pela segunda vez consecutiva uma seca extrema. Em 2023, os rios da região, como o Juruena, Tapajós e Teles Pires, além de seus afluentes, secaram de maneira alarmante. Em 2024, a seca na bacia foi ainda mais grave, superando os níveis do ano anterior. De acordo com dados do Imazon e MapBiomas Água, a bacia do Tapajós atingiu um ponto crítico. Pelo segundo ano consecutivo, a região bate recordes de seca e queimadas devastadoras. Em 2023, foram perdidos 52 mil hectares de superfície de água, e em 2024, até setembro, o número chegou a 47 mil hectares. Em outubro de 2024, o rio Tapajós registrou um nível recorde de -16 cm.


Cientistas alertam que a diminuição significativa das reservas de água pode levar a um colapso, conhecido como "ponto de não retorno".


A Seca e Seus Impactos

Para as populações da Amazônia, os rios são fundamentais para a cultura e modo de vida. A seca não afeta apenas a água, mas também a fauna e a flora da região. A diminuição do volume de água leva à morte de peixes, causando insegurança alimentar para centenas de comunidades. Além disso, a escassez de chuva impacta a produção de frutos e mel, essenciais para as comunidades locais, como a castanha-do-pará, e ameaça a sobrevivência das abelhas, responsáveis pela polinização.


A cultura e espiritualidade das comunidades indígenas e quilombolas também estão em risco, pois muitos festivais que celebram a fartura de alimentos, como peixes e frutos, dependem da saúde dos rios. Além disso, locais sagrados estão desaparecendo.


A Campanha “Seca na Bacia do Tapajós Não é Tão Natural Assim”


Foto: Cuida

Com o objetivo de informar e conscientizar a população local sobre os impactos da seca extrema, a campanha “Seca na Bacia do Tapajós Não é Tão Natural Assim” foi lançada. A iniciativa é liderada pelo jornal Tapajós de Fato, o Coletivo Guardiões do Bem Viver, a Rede Juruena Vivo, o Movimento Tapajós Vivo, e a Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande, em parceria com o projeto "CUIDA! Incidência Amazônica pelo Clima". A campanha tem o apoio de organizações, coletivos e movimentos sociais de toda a Amazônia Legal.


A ação visa informar a população sobre as causas e os efeitos da seca extrema, além de conscientizar sobre a associação do fenômeno com as mudanças climáticas, garimpo, mineração, agronegócio e hidrelétricas. A campanha também busca mobilizar os setores afetados e outros atores que possam apoiar a região diante dessa crise.


Ações de Mobilização

A campanha inclui ações de sensibilização nas redes sociais, utilizando dados sobre a seca na Bacia do Tapajós e suas consequências. Também foram realizadas atividades presenciais, como a exposição de faixas em Santarém, cidade situada na foz do rio Tapajós, e em áreas do rio Juruena, no Mato Grosso.


A mensagem “Ei, CUIDA do teu rio” procura sensibilizar a população sobre a importância do cuidado com os rios, essencial para aqueles que dependem direta ou indiretamente de seus recursos. A campanha reforça que o caminho precisa ser recalculado. O mundo está dando sinais claros de que estamos caminhando para um colapso ambiental, e é necessário valorizar os conhecimentos locais e ancestrais, tratando a natureza com respeito e empatia. A ação busca promover a conscientização e a preservação das águas, garantindo o bem viver das comunidades.

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